segunda-feira, 29 de julho de 2013

MEDITE EM AZUL - Você pode curar a sua vida !!!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

BEIRUT

PARA MINHA AVÓ - AZAMICA !!!

sexta-feira, 4 de março de 2011

Desencarnado carnaval...

MASCARADOS





Carnavais





O próximo será em 2012 e o Arlequim não mais chorará





A tristeza no meio da alegria - no meio da multidão!!!





terça-feira, 1 de março de 2011

AS ALEGRIAS



alegrias, alegrias preciso.
alegrias precisas, quase silenciosas.
(nem tanto cultas, nem tanto incultas)
nem tanto alerquinescas - as quase eufóricas.
nem tanto colombinas - as quase difusas.
(nem pierros de quase tristeza)
mas as que sejam alegrias.

Para matar mais as ocultas tristezas-morridas.
(as quietas e as inquietas...as sobressaltadas)
as estranguladas...calando-as de vez, todas.
todas as alegrias roubadas.
(e se acaso quiserem gritar).
Pois eu não quero alegrias roubadas:
pois quero alegrias.

Alegrias precisas
alegrias preciso
alegrias.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

JURA




A cada pouco jura começar vida nova.
Mas quando a noite vem com seus conselhos,
seus compromissos, com suas promessas;
mas quando a noite vem com sua força
(o corpo quer e pede), ele de novo sai,
perdido, atrás da mesma alegria fatal.

Konstantin Kaváfis

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Eclipse(ou o mar)



Havia uma mão,
mas não havia um ombro

Havia um abraço,
mas não havia um corpo

Havia um beijo,
mas não havia uma boca

Havia um barco,
mas não havia um mar

terça-feira, 22 de junho de 2010

OUÇA!!!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

DUPLA TEMPORADA "COMPLEXO" E "EMVÃO" - JULHO 2010


Nova temporada – dois espetáculos: teatro. Como indica o cartaz, mesmo que não tenha sido intencional, já indica um “díptico” que agrupa as duas montagens, seja em um “modo contínuo”, seja porque se completam através de uma ou várias formas...Em “Complexo Sistema de Enfraquecimento da Sensibilidade” o ato se dá através da contemporaneidade psicossocial e através da razão, explode “para cima”; em contrapartida “Emvão” nos leva para os subterrâneos do mesmo ser - chamado humano – através das vísceras, implode “para baixo”. O primeiro um texto dramático, o segundo uma poesia dramática, completando-se até de forma espacial,( assim sempre segue meu olhar, que além das matemáticas cênicas no plano consegue ver os desenhos espaciais formados por diversas equações -para aqueles que entendem que uma equação pode significar uma curva, uma reta, um plano, um volume...). Nessa “dança” de volumes um devasta/explode e o outro perfura/implode. Simétricos e que se completam são parte que compõe essa que pode ser chamada de a “primeira fase do Antro”, ou primeiro ciclo, que está por se completar com um quarto espetáculo(solo, como foi o primeiro, mas ainda sem nome) – que forma também uma imagem espacial isométrica: imagine um plano, acima dele assenta-se o “Complexo”, abaixo dele prende-se o “Emvão” , acima de “Complexo” paira o “Entulho”(UM PONTO DE INÍCIO, ...SUSPENSO), abaixo de “Emvão” pendula-se o próximo solo(ainda sem nome). Muita "simetria", ou no plural, várias: em um o corpo “se equilibra”, noutro “salta”, cai, bate, briga(e explode?), noutro dependura-se, vaza, arrasta-se, escorrega(e implode?), noutro...(UM PONTO FINAL, PENDENDO...). Tanto cria espaço para muita reflexão – e é esse o “espaço” e o “discurso” do que se pode chamar de fazer teatral, que se queria integral, é claro. E o percurso do Antro chega a esse ponto crucial: o de provocar o debate e a reflexão. Seja pela construção, desconstrução, estética, discussão e até aberturas de novos caminhos da cena(ou em cena, diria melhor) para os verdadeiros fazedores dessa arte teatral. Os quatro espetáculos desse ciclo(dois deles seqüenciais e quase simultâneos agora na temporada do Viga em julho-2010 formando um díptico) abrem um amplo leque de arcabouços a partir do corpo(Entulho), da mente(Complexo), do coração(Emvão), do espírito(...). Abrem espaços para discussões humanísticas, políticas, sociais, psicológicas, poéticas... românticas... modernas... pós... contras...enfins. Mas, ainda gostaria de completar esse texto citando Adorno para tanto – como ele dizia de Alan Berg – que eu me aproprio para dizer do fio de coragem(por sensível que se apresenta, mas não frágil) do AntroExposto - "São passarelas estreitas e frágeis: debaixo delas há um murmúrio selvagem”(ler “Berg: o Mestre da Transição Mínima”, Theodor Adorno – Editora Unesp). Também “selvagem” como o que há na obra “Concerto para Anarquia: um piano que toca com suas entranhas” , da artista plástica alemã Rebecca Horn(ver imagens da Mostra “Rebelião em Silêncio” no site estadão.com.br/e/d3). OBS: As apresentações das duas peças, Complexo e Emvão serão seguidas por ciclos de debates durante o mês de julho-2010 no Espaço Viga.(Por isso tudo, além de Adorno, me chama a atenção a obra de Bachelard, onde entre as obras diurnas destacam-se "O novo espírito científico"; "A formação do espírito científico"; "A filosofia do não"; "O racionalismo aplicado" e "O Materialismo Racional". Dentre as obras noturnas, pela Filosofia da Criação Artística, destacam-se "A psicanálise do fogo"; "A água e os Sonhos"; "O ar e os sonhos"; "A terra e os devaneios da vontade"; "A poética do espaço", todas a que me obrigo reler).

domingo, 23 de maio de 2010

PEACE AND PROSPERITY

sexta-feira, 23 de abril de 2010

"Caminho, como tu, investigando a estrela sem fim...o oceano sabe..."

BOM SENSO, SEM CULPA!!! POLÊMICA??? PENSE NISSO...

Caso de atleta nos EUA levanta polêmica sobre culpa na transmissão do HIV
Por Dra. Abigail Zuger
The New York Times
Já não se ouve mais tanta coisa sobre a Aids nos Estados Unidos. As poucas manchetes são reservadas para relatos do mundo em desenvolvimento, onde os jovens morrendo ainda têm apelo de partir o coração.
Mas a Aids persiste bem aqui nos Estados Unidos: nossas clínicas estão explodindo de pacientes e novos casos aparecem diariamente. Um milhão de histórias não são contadas, mas elas não são as tragédias gregas com a qual nos acostumamos.
Em vez disso, como ilustra o relatório da semana passada sobre um atleta da Flórida acusado de transmitir deliberadamente o HIV, o vírus causador da Aids, essas são fábulas sutis e complicadas, com questões morais que vão além da própria doença.
O atleta, Darren Chiacchia, cavaleiro que ganhou medalha olímpica de bronze, foi acusado, alguns meses atrás, de algo considerado crime capital de primeiro grau na Flórida: expor repetidamente um parceiro sexual ao HIV. Chiacchia recebeu seu primeiro teste positivo para o vírus em 2008, e seu parceiro, diz-se, tinha recebido resultado negativo quando a relação deles começou, no começo de 2009.
O relacionamento acabou com muita hostilidade, seis meses depois, e o parceiro entrou com uma queixa junto ao xerife, alegando que Chiacchia nunca tinha revelado sua infecção – que o parceiro só descobriu quando viu papéis médicos confirmando a doença. Não se sabe se o parceiro realmente contraiu HIV durante esse tempo. Mas o julgamento de Chiacchia começa em junho.
A maioria dos estados decretou legislação punitiva nos dias de histeria em relação à Aids, um período que durou aproximadamente de 1981, quando os primeiros relatos sobre a síndrome foram publicados, até 1996, quando os “coquetéis” de drogas se mostraram notavelmente eficazes contra o HIV. Na época, transmitir a doença para um parceiro sexual que não sabia era considerado equivalente a tentativa de assassinato.
Esses estatutos inda estão em livros antigos, mas a ciência por trás deles mudou radicalmente. As pessoas ainda morrem de Aids nos Estados Unidos – o índice de mortalidade, depois de cair no final da década de 1990, tem permanecido constantes, em 16 mil por ano. Mas, para uma pessoa infectada em 2009 morrer de Aids no futuro, provavelmente seria necessária uma grande quantidade de insensatez ou falta de sorte: os medicamentos, se adequadamente prescritos e adequadamente tomados, parecem quase infalíveis.
Se fosse apenas uma questão de ciência, todos esses estatutos envolvendo a Aids seriam anulados amanhã mesmo. Mas a ciência foi apenas uma pequena parte do pânico criado. E o tratamento eficaz não alterou o resto dessa poderosa mistura emocional: o vírus ainda espalha terror, incertezas, vergonha e complicações infindáveis, seja a infecção escondida ou revelada.
Todos nós, não importa o grau de instrução, carregamos uma criatura eternamente primitiva no cérebro: é um homúnculo que sempre irá reagir a doenças – qualquer doença – com raiva, descrença e a busca por um culpado. Séculos atrás, queimamos bruxas e infiéis por envenenarem nossos poços; as doenças eram culpa dos inimigos (no século 15, a sífilis era considerada uma doença italiana na França e uma doença francesa na Itália).
Agora achamos que sabemos mais... Mas será que sabemos mesmo? Culpamos aquela mulher que tossiu no metrô por nossa gripe, a gigante produtora de carne por nossa intoxicação alimentar, todos os tipos de químicos e radiação eletromagnética por nosso câncer, e cadeias de fast-food por nosso diabetes e doença cardíaca. Não conseguimos ficar doente sem procurar um culpado.
Ao mesmo tempo, acreditamos profundamente na prevenção. Obviamente, se observamos nossa dieta e fizermos nossas mamografias e colonoscopias, lavarmos as mãos, tomarmos a vitamina mais badalada e comermos nossos hambúrgueres bem-passados, podemos evitar coisas ruins. Gerações inteiras cresceram sabendo que gente sensata “não se arrisca”, com a implicação de que, você pegar uma doença sexualmente transmissível, o único culpado é você mesmo.
Assim, de quem é realmente a culpa por uma nova infecção por HIV? É minha, por transmiti-la para você, ou sua, por ser estúpido e arrogante o suficiente para pegá-la?
O tribunal vai acabar resolvendo o caso da Flórida, onde, apesar das particularidades, o caso envolve menos infecção do que o velho lamento “Eu confiei em você e você me traiu”.
Mas as questões mais amplas perduram e eu desconfio que esses estatutos obsoletos sobre HIV também persistam. A Aids é apenas uma de centenas de infecções que podem ser transmitidas de uma pessoa para outra. Algumas viajam pelo ar, como a tuberculose; algumas pelo contato, como estafilococo. O ar que respiramos e as mãos que apertamos nunca serão seguros, assim como o sexo seguro não é inteiramente seguro. Enquanto formos seres humanos falíveis e litigiosos, alguns de nós irão para os tribunais e citarão uma lei de saúde pública bem antiga para satisfazer àquele primitivo monstrinho da culpa que mora na nossa cabeça.
Quanto à Aids, o fato é que, no caso da maioria das novas infecções, a linguagem da culpabilidade simplesmente não se aplica mais. Como Dr. Wafaa El-Sadr, vencedor do MacArthur e especialista em Aids da Columbia University, escreveu com colegas no “The New England Journal of Medicine” do mês passado, novas infecções por HIV estão hoje cada vez mais concentradas em bolsões específicos dos Estados Unidos. Elas são transmitidas entre os mais pobres, as pessoas sem direitos civis e socialmente marginalizadas, onde a educação abaixo do padrão significa que não há escapatória. Nesses locais, a prevalência da doença é tão alta (Washington tem índices tão altos quanto alguns países africanos) que só estar vivo já traz um risco de infecção.
Em outras palavras: se você é uma mulher que mora em determinado CEP, se apaixona e casa, e não tem nenhum parceiro sexual a não ser seu próprio marido, você tem risco de contrair HIV. Vemos essas mulheres em nossas clínicas, cada vez mais, mas não as vemos nos tribunais. Quem elas deveriam processar?
© 2010 New York Times News Service
Tradutor:
Gabriela d'Ávila

terça-feira, 20 de abril de 2010

SPIN - para Didi !!!

sábado, 17 de abril de 2010

Tiê - Te valorizo.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

quinta-feira, 8 de abril de 2010

OSHO/GURDJIEFF

terça-feira, 6 de abril de 2010

EMVÃO - ESTRÉIA: 06/04 - TERÇA-FEIRA - 21H30


sexta-feira, 2 de abril de 2010

El divino...


...um lugar...alguém...um não lugar...um.......... ninguém...algo...intenso...no olhar...no............. coração...............além...!!!

terça-feira, 30 de março de 2010

Ute, Kurt, Uli...Feliz Páscoa!!!

quarta-feira, 24 de março de 2010

PÁSCOA


ele, entre 18 e 21 anos de idade, fez a decoração de Páscoa de uma empresa - adorava e realizou várias outras com diversos temas - e com o que ganhou comprou dezenas de ovos para toda a família: crianças e adultos...mas uma pequena discussão via telefone, com alguém do seus, o deixou muito chateado...então pegou todos os ovos e os deu de presente para toda a dezena de funcionários do condomínio de prédinhos em que morava na época(me contaram mais essa pequena história dias desses...isso foi quando eu ainda não o conhecia...) uns poucos anos depois ele veio morar na minha casa... e desde então sempre me presenteava com ovos de Páscoa lindíssimos, acrescidos de seu largo sorriso de felicidade. Desde ai eu retribuia dando-lhe todos os ovos que eu ganhava - e eu não sabia porque é que eu assim fazia!!! Só agora entendo...depois de saber da tal história... Ele também amava a Páscoa - além do Natal e do dia do próprio aniversário - eu, sempre amei ... e também sempre me lembro dessa data quando ainda criança e adolescente no interior: era o dia de céu mais lindo do ano - e o único dia em que eu conversava com o tal de Jesus, e não sei o porquê ... Ainda fico na espera desse dia - sempre - mesmo sabendo que talvez a poluição da metrópole - agora - me impeça de ver um céu tão azul como aqueles ... o céu mais lindo do ano... e ele agora não está mais aqui: foi conversar com Jesus por mim!!!

OBAMA 1, 2 e 3 - Mais que um discurso!!!




A segunda posse de Obama

23 de março de 2010 0h 00

- O Estadao de S.Paulo


O presidente Barack Obama fez história ? e dessa vez não foi com um discurso. Depois de 14 meses, ele cumpriu domingo a sua principal promessa de campanha: a reforma do sistema de saúde dos Estados Unidos. A começar de Franklin Roosevelt, nos anos 1930, nenhum presidente democrata conseguiu subsidiar o acesso da vasta maioria da população a planos privados ? que, em geral, esfolam os seus clientes e os desassistem na pior hora. Só os maiores de 65 anos e os muito pobres têm essa proteção, graças aos programas Medicare e Medicaid do governo Lyndon Johnson, na década de 1960. O feito de Obama não é apenas inédito. Há poucos meses, o seu projeto parecia ter entrado em coma.


Mal explicado, mal defendido publicamente, malconduzido politicamente e bombardeado pela direita como antiamericano, foi dado como inviável quando, numa eleição solitária que coincidiu com o primeiro aniversário da gestão Obama, o Partido Democrata perdeu no Senado a supermaioria de 60 cadeiras (em 100) e, com isso, o poder de impedir que a minoria republicana obstruísse as votações. O presidente chegou a ser aconselhado a patrocinar uma versão aguada de reforma, aceitável pelos não raros democratas recalcitrantes. Despertou, afinal, da indecisão, quando a combativa presidente da Câmara, Nancy Pelosi, lembrou-lhe que jamais o seu governo voltará a ter maioria tão ampla no Capitólio.


Começou então a se produzir o que vem sendo comparado ao milagre de Lázaro transposto para Washington. Em ânimo de combate, um revivido Obama passou a percorrer o país em defesa da reforma e a promover reuniões privadas e públicas com as bancadas do Capitólio. Tanto a Câmara como o Senado já haviam aprovado, sem um único voto republicano, dois projetos divergentes de reforma da saúde. O problema seria fundi-los em um único texto. A dificuldade foi contornada com política ? muita política. O engajamento e o senso de urgência de Obama, que o levaram a dar plantão no Congresso na véspera da decisão, somaram-se à franqueza de seu alerta aos democratas vacilantes. Se o projeto não passar, advertiu, todos os que se seguirem também sofrerão.


Além de partir para o corpo a corpo com os legisladores, como jamais fizera desde que chegou à Casa Branca, Obama abriu o baú de concessões aos conservadores. Engavetou a ideia ? cara à esquerda democrata ? de criar uma empresa pública de seguro-saúde para competir com a rede privada. Aceitou a proibição do uso de fundos federais em procedimentos de aborto (salvo em casos de estupro, incesto e risco de vida) e no próprio domingo da votação assinou um decreto reiterando a proibição. Excluiu os imigrantes ilegais do sistema e impôs regras rigorosas para a inclusão dos legalizados. Por fim, anunciou cortes no Medicare. "Esta não é uma reforma radical", constatou o presidente em pronunciamento depois da vitória. "Mas é uma grande reforma."


Seria radical se proporcionasse cobertura médica aos quase 50 milhões de não segurados, sem distinções legais nem de procedimentos clínicos. Mas a reforma é grande porque levará 32 milhões de pessoas a ter seguro-saúde, com o governo subsidiando as mensalidades das famílias de renda baixa e média e a inclusão de dependentes até 26 anos. As seguradoras não poderão negar cobertura por doenças preexistentes ou rescindi-la enquanto o segurado estiver doente. O custo do programa é estimado em US$ 938 bilhões ao longo de 10 anos, mas ao término desse período, devido aos novos impostos que vierem com a reforma, o déficit orçamentário americano ficará US$ 143 bilhões menor.


A Câmara decidiu duas vezes. Primeiro, aprovou o projeto do Senado. Votaram a favor 219 deputados, apenas 3 a mais do necessário. Contra, foram 212 (todos os republicanos e 34 democratas). Em seguida, por um placar quase igual, a Casa aprovou um pacote negociado de emendas que caberá aos democratas do Senado ratificar. Mas o presidente pode sancionar desde já o texto principal. Os republicanos tentarão ir à forra nas eleições de meio de mandato, em novembro. Por ora, de todo modo, é como se Obama tivesse tomado posse de novo ? com a roupagem de realizador.


Classe média baixa será beneficiada por lei
Idosos e pobres têm assistência custeada pelo governo, mas cerca de 45 milhões de americanos não têm seguro-saúde por não ter como pagar

23 de março de 2010 0h 00

Patrícia Campos Mello - O Estadao de S.Paulo

CORRESPONDENTE/WASHINGTON Os maiores beneficiados pela reforma do sistema de saúde são os milhões de americanos que não têm assistência médica hoje em dia. Nos EUA, se a pessoa tem mais de 65 anos, está coberta pelo Medicare - plano de saúde em que o governo paga hospitais particulares para prestar o serviço. Se a pessoa é muito pobre, entra no Medicaid, também bancado pelo governo. E, se tem um bom emprego, tem sua assistência médica paga ou subsidiada pelo empregador. Mas cerca de 45 milhões de americanos, a maioria de classe média baixa, muitos deles jovens, não têm assistência médica porque não têm como pagar. Há também aqueles que são rejeitados pelas seguradoras por ter doenças pré-existentes. Essas pessoas, quando ficam doentes, precisam usar suas economias, vender casa ou carro para pagar contas de hospital e médico. E eles serão os principais beneficiados pela reforma da saúde. Pelas previsões de analistas, 95% dos americanos passarão a ter assistência médica com a reforma. Atualmente, há 32 milhões de pessoas que não têm seguro-saúde. Mas essa expansão da cobertura só estará completa em 2019.


E quem perde? Aqueles que têm planos de saúde mais caros e sofisticados passam a pagar um imposto de 40% sobre a assistência médica a partir de 2018. Famílias mais ricas (renda anual de mais de US$ 250 mil) terão um imposto adicional de 3,8% sobre investimentos, a partir de 2013. E calcula-se que serão cortados US$ 500 bilhões em gastos do Medicare. O governo diz que serão simplesmente economias com tratamentos mais eficientes. Mas muitos especialistas apontam que fatalmente alguns dos benefícios do Medicare terão de ser cortados. Todas essas medidas têm como objetivo gerar receita para financiar a expansão da cobertura de saúde aos não segurados.


Uma série de itens da reforma entrará em vigor nos próximos seis meses. As restrições para seguradoras passam a valer - elas ficam proibidas de negar cobertura a pessoas que ficarem doentes, rejeitar crianças por causa de doenças pré-existentes, e jovens poderão fazer parte da apólice dos pais até os 26 anos, em vez dos atuais 18 ou 19 anos.


Além, disso, pequenas empresas com menos de 25 empregados terão incentivo fiscal para oferecer assistência médica a seus funcionários. Idosos de baixa renda, que fazem parte do Medicare, terão 50% de desconto em remédios a partir de julho.


Subsídios. Outras mudanças vão demorar um pouco mais para entrar em vigor. Em 2014, o governo vai criar os mercados de venda de seguro de saúde. O governo também passará a dar subsídios a famílias ganhando até 400% acima do nível de pobreza, para que possam comprar seguro de saúde. Quem for pego sem seguro de saúde poderá pagar multa de até US$ 750 por ano. Na mesma data, as empresas com mais de 50 funcionários que não derem assistência médica para seus empregados também terão de pagar multas.


PONTOS-CHAVE


Promessa


Durante campanha eleitoral, Obama (foto) apresenta proposta ambiciosa de reforma no sistema de saúde dos EUA. O projeto é um dos principais pontos em sua agenda de governo

Protestos


Apesar de reconhecer que o sistema está falido, muitos conservadores consideram a reforma de Obama "socialista" e insistem que a livre concorrência deve continuar a ser a base do setor.

Aprovação

Com nova lei, cerca de 32 milhões de americanos sem seguro passam a ter assistência médica. Todos ficam obrigados a ter um plano de saúde e alguns recebem subsídios para isso.


Carta de paciente com câncer inspirou Obama na reforma

Presidente mencionou em discursos mulher que não conseguia pagar plano de saúde.

22 de março de 2010 11h 15

A Casa Branca colocou em seu site na internet uma carta enviada em janeiro por uma paciente com câncer ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que acabou tendo um papel de peso na luta dele pela recém-aprovada reforma do sistema de saúde americano.


A missiva de Natoma Canfield, na qual manifestava sua dificuldade de pagar seu plano de saúde, foi mencionada por ele em todos os seus discursos para defender a reforma.


Canfield, de 50 anos, foi diagnosticada com câncer há 16 anos. Na carta, ela conta que em 2009 pagou mais de US$ 10 mil em mensalidades e taxas de seu plano de saúde, que, em troca, cobriu seus gastos em apenas menos de US$ 1 mil.


"Preciso da ajuda da sua reforma da saúde", escreveu Canfield. "Simplesmente não posso mais cobrir meus gastos com minha saúde. Por favor, continue concentrado em suas tentativas de fazer a reforma, já que eu e muitos outros estamos precisando desesperadamente da sua ajuda."

Mudando de opinião

A carta foi publicada no site da Casa Branca.


Durante a campanha pela aprovação da reforma, Obama visitou vários Estados americanos, inclusive Ohio, onde Canfield mora.


"Estou aqui por causa de Natoma", disse ele. "Estou aqui por causa de inúmeros outros que foram obrigados a enfrentar os desafios mais assustadores de suas vidas com o peso adicional de contas médicas que eles não conseguiam pagar. Não acho que isso é certo. Nem vocês acham."


O deputado democrata de Ohio John Boccieri disse que o caso de Canfield o fez mudar de ideia e votar a favor da reforma.


A reforma do sistema de saúde era a principal bandeira da política doméstica de Barack Obama.


Ela foi aprovada pela Câmara dos Representantes na noite de domingo, por 219 votos a favor e 212 contra. BBC Brasil - Todos os direitos reservados.

PARA SE PENSAR - SERIAMENTE



Vilã ou solução?

23 de março de 2010 0h 00

*Xico Graziano - O Estadao de S.Paulo

Certamente você já ouviu falar que não presta colocar plantas no quarto de dormir. Meia verdade. Durante a noite as plantas não crescem, apenas queimam energia em seu metabolismo, liberando CO2 (gás carbônico ou dióxido de carbono) no ambiente. O fenômeno, porém, é quase imperceptível para os humanos.


Tudo depende da fotossíntese, processo que somente ocorre na presença do Sol. Por meio dela, ao contrário dos animais, as plantas "respiram" CO2 e expelem oxigênio. Os raios de luz penetram nos estômatos das folhas e, contando com água e sais minerais, absorvidos pelas raízes, provocam uma reação bioquímica capaz de transformar a energia solar em energia vital. Proteínas e carboidratos assim se sintetizam nos tecidos vegetais, formando a base das cadeias alimentares. Ciclo do carbono.


Compreender esse processo básico da ecologia ajuda a entender certa polêmica sobre as mudanças climáticas. Pairam dúvidas sobre a real participação da agropecuária na agenda. Alguns a colocam como vilã do aquecimento global. Noutra vezes, o campo vira solução na crise ambiental. Percebe-se muito palpite e pouca informação científica nesse assunto.


Para começar, o óbvio. Se a natureza fosse mantida selvagem, a civilização humana não teria prosperado. O desmatamento ofereceu terras para a produção de alimentos e matérias-primas, exigidas crescentemente pela economia urbana. Necessária historicamente, a supressão de florestas virgens se esgotou e perdeu recentemente o apoio da sociedade. Hora de preservar.


Nenhum ecólogo discorda quanto ao efeito maléfico do desflorestamento. Primeiro, na influência sobre o regime de chuvas e a temperatura local. Segundo, no efeito deletério sobre o solo virgem, podendo afetar o regime hídrico. Terceiro, na perda da biodiversidade, favorecendo o surgimento de pragas e doenças agrícolas. Tais impactos exigem, em compensação, boas práticas agrícolas.


A questão se complica quando entram na conversa as emissões de CO2, gás considerado de efeito estufa. Sabe-se que moléculas de carbono (C) formam a base da matéria orgânica. Quando em combustão, reagindo com o oxigênio do ar, forma o CO2. Concentrando-se na atmosfera, o gás carbônico anda virando componente do mal.


Opinião unânime reconhece que a queima de petróleo e carvão mineral libera grandes quantidades de CO2. A crescente utilização dessa energia fóssil acumulada durante milhões de anos nas jazidas profundas devolve à atmosfera o carbono então adormecido, provocando o aquecimento do planeta. Bê-á-bá climático.


Mas, no caso das emissões oriundas da agropecuária, imperam controvérsias. As lavouras e as pastagens se renovam constantemente, desde o plantio até a colheita. Nesse ciclo, as plantas absorvem carbono da atmosfera, crescem, frutificam e, depois, o liberam por meio das atividades humanas (digestão, por exemplo) ou na degradação natural.


Esse princípio de raciocínio explica por que, na metodologia internacional dos inventários ambientais, se consideram neutras as emissões provocadas pela queima de combustível renovável, como o etanol. O carbono presente no álcool carburante pressupõe que o canavial o tenha anteriormente sugado via fotossíntese. Estabelece-se, assim, um ciclo de absorção e liberação de moléculas de carbono, cuja conta final resulta zero.


Alguns cientistas e ambientalistas, preocupados com o terrível fenômeno do aquecimento da Terra, tendem a rotular o CO2 como um gás poluente. Ora, isso soa como heresia para os pesquisadores com formação biológica. Afinal, para os agrônomos o CO2 significa o gás da vida vegetal e, indiretamente, de toda a vida animal, incluindo, obviamente, o homem. Percebam a enrascada teórica!
No caso da zootecnia, que responde pela produção animal, o problema advém das emissões de gás metano, gerado na ruminação dos bovinos. Provocadas pela fermentação entérica, aquela que ocorre no estômago dos bichos, o gás metano se supõe bem mais pernicioso ao aquecimento do planeta que o CO2. Aqui também pairam divergências.


Alguns estudiosos andam desconfiados de que o efeito estufa do metano seja bem menor do que teoricamente se supõe. Calcula-se algo ao redor de, apenas, 6 vezes o poder do CO2. A diferença é brutal com relação ao número - 21 vezes - suposto até então. Mas o principal argumento de alívio para a pecuária parte do princípio de que o metano surge do pasto que o gado antes devorou. Ou seja, o boi - ou sua senhora vaca - não inventa moléculas de carbono, mas sim as engole da gramínea que lhe serviu de comida. A pastagem, por sua vez, somente pode crescer em razão da fotossíntese que previamente realizou. Resultado nulo para o aquecimento global.


Conclusão: seja devida ao menor impacto do metano, seja por uma razão de princípio bioquímico, a influência da criação de gado na equação climática reduz-se fortemente. Excelente notícia para as pessoas que comem carne, principalmente as famílias e os países mais carentes. Podem mastigar sem remorso.


O Instituto Florestal acaba de divulgar seu novo inventário da vegetação nativa em São Paulo. Estima-se que, nos últimos sete anos, tenha havido uma recomposição vegetal de 95 mil hectares no território paulista. Representam matas ainda jovens, que estão crescendo e absorvendo carbono do ar, acumulando-o nos tecidos vegetais. Daqui a 50 anos, essa recuperação florestal terá retirado da atmosfera, via fotossíntese, 28 milhões de toneladas de CO2. Equivalem às emissões de 8 milhões de ônibus a diesel rodando mil km por mês durante um ano inteiro. É fantástico. Efeito estufa ao contrário.


Problemas existem. Mas certamente a agropecuária sustentável faz parte da solução.


*Agrônomo, é secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

E-MAIL: xico@xicograziano.com.br. Site: www.xicograziano.com.br

terça-feira, 23 de março de 2010

SAÚDE - ALERTA!!!

Uma reforma necessária

Sistema atual faz com que americanos lutem ao mesmo tempo contra doenças e seguradoras, que tentam reduzir benefícios dos que precisam de tratamentos longos

22 de março de 2010 0h 00
* Nicholas D. Kristof, The New York Times - O Estadao de S.Paulo
A reforma da saúde está sempre presente para mim, não apenas por causa do estardalhaço no Capitólio, mas também porque um casal que eu conheço, antigos vizinhos meus, está passando por um sofrimento tal que família nenhuma poderia suportar. Zack Liu e Jan Li moravam com duas filhas perto da minha casa. Há cerca de dois anos, mudaram-se para Hong Kong, pagando US$ 4.500 ao ano pela apólice de seguro-saúde para Jan e as meninas (Zack tinha a cobertura da empresa onde trabalhava). Em 24 de abril do ano passado, seu mundo desmoronou: os médicos diagnosticaram um câncer em metástase no estômago de Jan.
Os adversários da reforma argumentam: quem gosta do Departamento de Veículos Automotores (DVA) adora Obama. Mas, como mostra o drama de Zack e de Jan, os únicos burocratas mais insensíveis que os do DVA são os que trabalham para as companhias de seguros.
O sistema atual é absurdo: dependemos de companhias de seguros cujo modelo de empresa tem como base aceitar os prêmios pagos pelos ricos e em imaginar maneiras de excluir da cobertura os que precisam desesperadamente de cuidados.
O estômago de Jan foi retirado, e ela teve de se submeter a uma longa quimioterapia. Em outubro, os médicos descobriram que o câncer havia se espalhado para os intestinos. Ela está hospitalizada desde então.
A seguradora é a InterGlobal, com sede em Londres, e a apólice cobria aparentemente custos de até US$ 1,7 milhão. Mas, segundo Zack, a companhia disse que, de acordo com a apólice, podia tirar Jan do plano porque ela tinha uma "doença crônica". E parou de pagar suas contas em janeiro, diz Zack.
Falei com Sophie Walker, diretora do departamento de reclamações da InterGlobal. Ela disse que não podia falar de um caso individual, mas explicou em um e-mail que, em caso de uma "doença crônica", as apólices têm um limite muito inferior, US$ 85 mil. Foi este o limite dado a Jan em janeiro.
Então a sra. Walker me deu a definição da companhia para doença crônica. "É crônica a doença que apresenta pelo menos uma das seguintes características: não tem tratamento conhecido; poderá voltar a aparecer; exige tratamento paliativo; precisa de tratamento/monitoramento prolongado; é permanente; exige treinamento/reabilitação com especialistas; é causada por mudanças irreversíveis do organismo." Traduzindo, nós pagamos para ter assistência médica enquanto não temos qualquer doença que possa exigir tratamento caro. Aí, a seguradora cortará nossas pernas.
Perguntei à InterGlobal se esta era a tradução certa. Observei que, de acordo com a sua definição, câncer, cardiopatias, derrames, diabetes e mesmo o pé de atleta parecem doenças "crônicas". Pedi à InterGlobal que mencionasse uma doença grave que não considerava "crônica".
O e-mail seguinte foi redigido pelo diretor executivo da companhia, Stephen Hartigan, que disse que, como estava "decepcionado" com o tom das minhas perguntas, não tinha mais nenhum comentário a fazer.
Zack e Jan são um caso especial em termos de assistência médica. Embora eles e as filhas sejam cidadãos americanos, moram no exterior e lutam com uma seguradora sediada no exterior. Mas sua situação desesperadora revela a fragilidade intrínseca de todo sistema que permite que dependamos da magnanimidade de seguradoras que vivem em função do lucro.
Os que se opõem à reforma argumentam que os prontos-socorros estão sempre disponíveis para os que não têm cobertura. O que parece leviano para uma mulher com câncer no estômago. Aliás, os prontos-socorros não podem atender às necessidades maiores de tratamento dos 75 milhões de americanos que não têm seguro ou cujo seguro é insuficiente. O enigma é o seguinte: é do interesse das seguradoras excluir os doentes, enquanto é do interesse nacional fazer com que eles tenham cobertura. É a coisa certa a fazer.
Alerta. Como o Instituto de Medicina, um ramo da Academia Nacional de Ciência dos EUA, declarou em um documento histórico, em 2009: "A falta de seguro-saúde é um risco para a sua saúde." Entre os vários estudos que o demonstram há um realizado em Kentucky. Ele concluiu que o câncer é detectado mais tarde nas mulheres que não dispõem de cobertura - estas têm 44% mais probabilidades de morrer de câncer de mama. Outro estudo concluiu que, para os americanos adultos na faixa de 55 a 64 anos de idade, a falta de cobertura é "a terceira na lista das principais causas de morte das doenças cardíacas e do câncer". Em suma, anualmente morrem de 20 a 45 mil americanos por falta de seguro saúde. O que está em jogo é isto. Há um número absurdo de americanos que lutam simultaneamente com a morte e com as seguradoras, como Zack e Jan. Esta situação precisa acabar.
TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA
*É COLUNISTA E GANHADOR DE DOIS PRÊMIOS PULITZER

SOBRE O "PROJETO BIOMA"

Verdade ambientalista versus fundamentalismo
22 de março de 2010 0h 00

Kátia Abreu - O Estadao de S.Paulo

O que parecia impossível, acontece: estamos às vésperas de começar a conhecer, com precisão científica, o que o Brasil pode e não pode fazer com suas terras, seus rios, lagos, montanhas e florestas. E mantendo o equilíbrio da natureza, preservando as manifestações de vida, animal e vegetal, e, a um só tempo, liderando a produção mundial de alimentos. Todo esse conhecimento será alcançado por cientistas e pesquisadores brasileiros da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e das instituições parceiras, que começaram o trabalho e têm desde já os recursos necessários assegurados.
Ufa! Finalmente, a questão ambiental neste país se desloca da defesa fanática de dogmas para o conhecimento científico sistemático.

Quem está em campo sabe (e como sabemos e sofremos!) que o jogo do ambientalismo e da ecologia no Brasil é um vale-tudo. Não tem regras. Uns poucos se autodenominam "defensores da natureza", conseguem franquias de ONGs internacionais ou criam as suas próprias, arrecadam muito dinheiro para definir o bem e o mal e lançar suas sentenças arbitrárias. Isso pode, isso não pode, decidem. Espalham avaliações, frequentemente difamatórias, contra quem escolhem para bode expiatório. O que decidem passa em julgado, sem apelação.

Já a sociedade, perplexa e generosa, preocupada com a qualidade de vida, as mudanças climáticas e a própria sobrevivência do planeta, submete-se a toda sorte de exageros, superstições e invencionices, até mesmo porque as opiniões arbitrárias vêm sempre mescladas com as melhores e mais comoventes prescrições. As próprias leis ambientais brasileiras, mesmo as consensuais, revelam generosidade e ignorância, pois, em sua maioria, não têm nenhuma base científica e experimental.

Por outro lado, ONGs exploram a insegurança, a debilidade institucional e a antropofagia política de uma nação que tardiamente, mas efetivamente, está driblando as suas contradições e avançando no bom caminho da ordem democrática. Os paradigmas que nos querem impor refletem o remorso, a hipocrisia e, principalmente, o poder econômico dos povos até agora ditos desenvolvidos e que através de milênios de História desconstruíram suas paisagens e não têm mais condições de recompô-las. Desta vez, porém, sofrerão um contra-ataque que não esperavam, num país tropical e exótico, como nos olham.

Estou escrevendo sobre o Projeto Biomas, a ser conduzido pela Embrapa, envolvendo 240 pesquisadores de várias instituições e uma história de sucessos - descobertas, invenções, experimentações - que tornaram o Brasil o terceiro maior exportador mundial de alimentos (na verdade, o segundo, pois a União Europeia, hoje em segundo lugar, não é um país, mas a soma de 27 países). O Projeto Biomas é a oportunidade de ouro para a agropecuária brasileira, escorada no conhecimento científico, mostrar seus compromissos éticos e produzir sem medo.

Escolhidos por algumas ONGs, na impostura ecologista que encenam impunemente, para o papel de "Judas em Sábado de Aleluia", os produtores rurais apostam na verdade. Por intermédio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), estão contribuindo com R$ 20 milhões para que a Embrapa, com independência e autoridade acadêmica, desenvolva o Projeto Biomas.

Fui tão longe e esqueci o que devia ter sido o começo da conversa: biomas. O que são biomas? Uma palavra nova, criada há pouco mais de 50 anos - formada por "bio", vida, e "oma", conjunto -, designa áreas que apresentam uniformidade de paisagens, clima, solo, subsolo e predomínio de espécies vegetais e animais. No Brasil temos seis biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. O Projeto Biomas pretende reunir, em seis vitrines tecnológicas de 5 milhões de metros quadrados cada (uma em cada bioma), conhecimentos e experiências para consolidar uma espécie de "bula", apresentação minuciosa das paisagens e dos solos de cada bioma nos 851 milhões de hectares do Brasil, acompanhada de "indicações" e "modo de usar", apresentando a forma de uso da terra compatível com o potencial ambiental.

O Projeto Biomas tornará disponíveis informações tecnológicas para todos, democrática e gratuitamente, em especial para os pequenos e médios agricultores, que não podem pagar por elas. E contarão, também, com 350 instrutores treinados pelo sistema CNA/Senar (o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) para orientá-los - são os transferidores de tecnologia. Será a primeira iniciativa que inclui os agropecuaristas como protagonistas de uma importante ação ambiental.

O Projeto Biomas agrega, não alimenta conflito. Vai substituir as "opiniões", "intuições" e a absurda orientação ideológica que transforma dogmas em legislação sobre quantos metros a mais ou a menos de margens de rios e topos de morros devem ser preservados. Agora, prevalecerá a orientação científica, pesquisada e experimentada. É a nossa opção pela ciência e uma declaração da nossa confiança na Embrapa e nos pesquisadores do Brasil.
Os produtores sabem que não há produção sem água ou em solos degradados. Sabem que nada cresce sem o equilíbrio da biodiversidade, tão importante para o controle de pragas e doenças.

Ou, como ouvi outro dia de um velho pesquisador, adaptando inconscientemente um jargão do seu passado socialista à regra de ouro que resultará do Projeto Biomas: "A cada bioma, segundo as exigências de preservação da sua natureza; a cada agropecuarista, nos limites estabelecidos para uso econômico das suas propriedades." A utopia fundamentalista não se cumpriu, mas a verdade ambientalista no Brasil será realidade.
SENADORA (DEM-TO), É PRESIDENTE DA CNA

segunda-feira, 22 de março de 2010

Água


esta é uma das fotos mais lindas que vi em minha
vida... tentei pedir autorização para publicá-la ...
mais ainda não obtive resposta...e o Dia Mundial
da Água está se indo... e eu não poderia deixar de
mostrá-la nesse Dia. Bom... imagino que
não fará
nenhuma restrição ... dá pra ver que ele é pessoa
GRANDE DE CORAÇÃO ... adora a culinária e é...
fã do se que chama AMOR ... TEM MAIS...: ele é...
médico obstetra ... assim só poderia ter todas as
melhores qualidades dos mundos das águas e do
amor pela vida! PS: ... um dia publico foto dele

abraçando uma belíssima e significativa escultura
/palavra(AMOR) - linda!!!

domingo, 21 de março de 2010

Só...Solimões








onde se vê a alma da Terra
...só quem vai até lá
consegue sentir a viagem
esplendorosa do espírito...
onde a mente é tragada...
rumo ao cosmos...
(onde ocorrem aparições
de "indios bravos"...
onde se descobre que
"...tenho nada pra fazer
na cidade não"... onde
ainda se vê "um índio
nunca visto por ali"...)!!!

quinta-feira, 18 de março de 2010

Luz



“(…) eu redescobria em Tipasa que
era preciso (…) amar o dia que
escapa à injustiça e tornar ao
combate com essa luz conquistada.
Reencontrava a antiga beleza, um
céu jovem, compreendendo enfim
que nos piores anos de nossa loucura
a lembrança desse céu jamais me
abandonara. Fora ele, afinal, que
me impedira de desesperar.”
(Albert Camus, em Volta a Tipasa).

IMPORTANTE!!!



CLIC:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u708755.shtml

quarta-feira, 17 de março de 2010

Pra você, Uli, Andy veio te visitar!!!






Mostra na Pinacoteca revela faceta crítica de Andy Warhol

FABIO CYPRIANO da Folha de S.Paulo

O rótulo "artista pop" é muito pequeno para definir Andy Warhol, como se pode perceber na mostra "Andy Warhol, Mr. America", que será aberta no próximo sábado, na Estação Pinacoteca. A reportagem da Folha viu a exposição em sua primeira montagem, em Bogotá, na Colômbia, no ano passado.


Obviamente, estão nas obras, como nas gravuras de Marilyn Monroe e nas das latas de sopa Campbell's, os elementos que marcam a chamada arte pop, ou seja, o uso de elementos do mundo das celebridades e da publicidade --nessas imagens, Warhol sempre se apropriou de fotos de jornal.


Mas o que a exposição revela com intensidade é, em primeiro lugar, uma faceta crítica, que até então costuma ser atribuída apenas ao pop inglês, onde o movimento surgiu, com a famosa colagem "O que Exatamente Torna os Lares de Hoje Tão diferentes, Tão Atraentes", de Richard Hamilton, de 1956.


Se Warhol não usava ironias em seus títulos, elas estão presentes, contudo, em suas próprias construções. Suas celebridades são maquiadas com cores fortes e berrantes, outro elemento que o caracteriza como pop, mas exibidas após situações de fraqueza. Na série sobre Jackie Kennedy, por exemplo, ela surge não quando estava gerando um padrão de beleza para o país, mas no momento de luto.


É como se Warhol apontasse para o poder ambivalente da imagem que se torna impressa, afinal ela não é capaz de revelar tudo. Nesse sentido, o custo da fama revela-se perverso e sem glamour. Mesmo assim, ao colorir tais imagens, ele apela para a sedução, uma das razões que o tornou a ser tão reconhecido popularmente.


Outro caráter importante da exposição é exibir, junto com os trabalhos mais famosos, sua obra mais experimental, até então normalmente vista em pequenas mostras ou como trabalhos menores. Warhol produziu filmes alternativos em grande quantidade -há 17 deles na exposição- e trabalhou em vários suportes, chegando até a criar ambientes imersivos, como "Silver Clouds" (nuvens prateadas), de 1966, ou "Cow Wallpaper" (papel de parede de vaca), de 1972.


São trabalhos precursores das instalações contemporâneas, que o levam muito além da mera produção pop.


Finalmente, o curador Philip Larratt-Smith acerta ainda ao apontar o caráter sarcástico de Warhol em relação aos mitos americanos. O artista abordou a violência contra os negros, em "Confrontos Raciais", a miséria, em "Desastres do Atum Enlatado", retratou temas tabus como a homossexualidade, a obsessão pela morte e, como se não fosse suficiente, a sociedade do espetáculo.

Assim, quem observa apenas as cores fortes e as imagens sedutoras, fica apenas na superfície da obra de Warhol, mas quem quiser se aprofundar de fato nessas imagens, vai descortinar um mundo não colorido e tampouco atrativo, o que afinal é o retrato da América.


ANDY WARHOL, MR. AMERICA

Quando: abertura, sábado, às 11h; de ter. a dom., das 10h às 18h


Onde: Estação Pinacoteca (lgo. General Osório, 66, Centro, SP,


Tel. (11/ 3335-4990) - até dia 23/5/10



CLARO, SÁBADO !!!




Quanto: R$ 3 a R$ 6 (sábado, grátis)
Cotação: ótimo !!!

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